Vitrine internacional

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No fim da década de 1990, o executivo Kenneth Ma, CEO da companhia de tecnologia Ludatrade, atuou como missionário no interior da Mongólia, na Ásia. Durante esse período, fazia apenas uma refeição por dia e, no inverno, enfrentava temperaturas de 40 graus negativos. Foram tempos de muito sacrifício, mas que lhe permitiram desenvolver um olhar peculiar diante das adversidades. 
“Sou persistente e paciente”, disse Ma em entrevista exclusiva à DINHEIRO, durante recente visita a São Paulo. “Transmito isso à minha equipe.” Paciência e persistência têm sido dois atributos fundamentais à operação brasileira da Ludatrade, cuja sede fica em Hong Kong. Ela representa no Brasil o Alibaba.com, portal chinês de comércio eletrônico corporativo que desembarcou no País em março de 2010. Com foco em pequenas e médias empresas, ele é um dos 100 portais mais acessados do mundo e tem um faturamento global de US$ 845 milhões. No Brasil, no entanto, a operação ainda engatinha um ano depois da largada.
 Kenneth Ma, da Ludatrade: novo canal na web terá o objetivo de mostrar a
empresas estrangeiras oportunidades de negócios no Brasil 
Antes de ingressar no mercado nacional por meio da Ludatrade, cujo escritório está localizado na avenida Paulista, em São Paulo, o Alibaba.com possuía 175 mil clientes brasileiros; hoje, são 220 mil – o faturamento local não é divulgado. É uma quantidade pequena, diante dos 15 milhões de usuários  do portal no mundo ou em relação ao público potencial, formado por cinco milhões de micro e pequenas empresas que atuam aqui. Para acelerar o crescimento, a Ludatrade vai inaugurar, daqui a três meses, um portal destinado a negócios entre empresas dentro do Brasil. 
O projeto, cujo valor de investimento não é revelado, será oferecido pela Ludatrade em seu endereço virtual (www.ludatrade.com). Trata-se de um negócio que a empresa de tecnologia tocará paralelamente às atividades desenvolvidas para o Alibaba.com. Mas o novo serviço funcionará como parceiro do portal chinês, pois será um canal a mais para levar clientes para lá. 
O objetivo é utilizá-la como vitrine para que companhias estrangeiras se aproximem dos empresários nacionais e, assim, se interessem em realizar negócios por intermédio do Alibaba.com, cujo foco são as relações comerciais internacionais. A ideia é que empresários do exterior descubram produtos e serviços de brasileiros que ainda não exportam – e que, por isso mesmo, não têm perfis no Alibaba.com. Com essa estratégia, a expectativa é  de quase dobrar o número de clientes do Alibaba.com no Brasil até o final de 2011, alcançando um total de 400 mil. 
“É uma forma diferente de estimular exportações”, diz Ma. “Dificilmente algum empresário nacional vai achar ruim se receber uma ligação do Exterior de alguém interessado em comprar seu produto.” O executivo reforça que o site da Ludatrade não concorrerá com o Alibaba.com, pois não será possível utilizar a  nova plataforma como ferramenta para exportar. Para facilitar o acesso a informação, haverá a tradução para o inglês e divulgação no Exterior – a princípio nos EUA. Para contratar os serviços do Alibaba.com é preciso pagar uma mensalidade de R$ 1 mil. O custo para usar o novo  espaço virtual não foi divulgado.
Na opinião de Pedro Guasti, diretor da e-bit, consultoria brasileira especializada em comércio eletrônico, a estratégia pode incentivar o pequeno empresário a romper barreiras culturais e usar mais a internet para fechar negócios. “O mercado de B2B é reduzido entre as pequenas empresas no Brasil”, diz. “Mas a informatização é um caminho que não tem volta”. 
A estratégia da Ludatrade para crescer não para por aí. A companhia também vai aumentar o número de palestras com micro e pequenos empresários locais. Com a intenção de conquistar clientes por meio de explicações detalhadas sobre o funcionamento do Alibaba.com, esses encontros deixarão de ser mensais para ser realizados uma vez por semana em São Paulo. Posteriormente, o reforço nas palestras ocorrerá, também, em outras cidades, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro. 
Por Érica Polo – Revista Isto é Dinheiro de 29.ABR.11 
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