Processo Criativo – André Lima

Eu desenho sim, e desenho muito! (risos) Mas eu não faço isso sozinho; por trás dos desenhos existe uma equipe de criação que me ajuda nisso. Tem vezes que começamos a criar e um vai criando uma coisa e o outro outra coisa e quando percebemos já estamos montando looks com as mais diferentes inspirações; eu desenhei uma saia, outra pessoa um vestido e tudo isso resulta num look final.

Então, além desta força tarefa para criarmos um pré-desenho, ainda há a preocupação do departamento comercial em saber o que nós estamos criando. Lá eles fazem uma seleção apurada de produtos que segue mais ou menos o conceito da produção – que é o que estamos fazendo -, e só a partir daí eles partem para uma idéia mais centrada e focada na coleção.

(risos) Não! Imagina… Temos milhões de idéias durante cada coleção e não seria possível que tudo saísse do papel. Imagina só produzirmos tudo o que a equipe desenha! Claro que temos aquelas peças de desejo que um ou outro morre de vontade de ter em mãos, mas não é bem assim. Temos que nos preocupar com materiais e ver principalmente se a peça é viável ou não. Não temos um pensamento sobre limite de preços, e também não nos limitamos quanto ao uso de tecidos, materiais e qualquer outro tipo de aviamento. Gostamos de fazer o que é bonito, mesmo sabendo que a peça pode nem ser vendida na loja.

As estampas são feitas por ilustradores convidados, ou seja… Não tem nada a ver com a marca, até porque existem coleções nas quais não usamos ilustrações. Mas há sim uma preocupação nossa em saber o que vai estar estampado no próximo vestido, por exemplo. E para não ter dúvida em relação a isso, detalhamos na ficha técnica o que realmente tem que ser e eu sempre faço rascunhos. É comum me encontrar rabiscando e rascunhando futuras estampas em jogos americanos dos restaurantes Ritz e Spot – isso já virou um hobbie!