Diego Rocha faz sucesso nos EUA vendendo bolsas feitas à mão

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Diego Rocha é um brasileiro que vive em Chicago e tem chamando a atenção das fashionistas por vender bolsas “handmade” de bom acabamento para as bem nascidas americanas.
O designer nasceu em Pindamonhangaba (SP) e teve seu primeiro contato com a moda quando o pai se casou com uma modelista que trabalhava para renomados estilistas como Clodovil, Dener, Conrado Segreto e Reinaldo Lourenço. Aos 28 anos, após trabalhar por 10 anos como gerente financeiro de uma empresa em São Paulo, Diego cansou do emprego e se mudou para Nova York.
Diego Rocha
Para passar o tempo, frequentava o Gramercy Park e observava as mulheres chiques e elegantes, com bolsas enormes, que por ali passavam. Interessado pela construção das peças, o designer voltou ao Brasil para um curso de costura com duração de duas semanas. Ao voltar para Nova York, comprou uma máquina industrial e confeccionou sua primeira peça, “meio torta e com alça de bambu, que foi vendida por 60 dólares”, disse Rocha.
Atualmente, o designer vende suas bolsas com preços que variam de US$ 700 (cerca de R$1.100) a até US$ 3.500 (cerca de R$ 5.500), possui uma loja própria em Chicago, nos Estados Unidos, e recebeu o prêmio de melhor designer de bolsas feitas à mão do 2011 Independent Handbag Awards. A premiação é como o Oscar da bolsa dos EUA e conta com participação de designers de todo o mundo  – nesta edição foram mais de 1.200 concorrentes. A peça de Rocha que recebeu o prêmio foi a “Baby Jane”, feita em pele de avestruz e com inspiração nos anos 1940.
 A bolsa “Baby Jane”, vencedora do prêmio melhor bolsa feita à mão no 2011 Independent Handbag Awards
Leia abaixo a entrevista que o designer concedeu ao UOL Estilo:
Qual é o diferencial do seu trabalho, o que você considera o DNA da sua marca?

Diego Rocha: Vivo nos Estados Unidos, aqui tudo é extremamente industrializado e a maioria das marcas fabrica suas peças fora do país. Crio tudo em casa, como um ateliê francês tradicional, onde recebo a visita das minhas clientes e procuro entender seus estilos de vida. Minhas bolsas são feitas à mão, clássicas, têm acabamento impecável e são confeccionadas com os melhores materiais encontrados no mundo.

Por que escolheu criar bolsas feitas à mão?

Sou muito apegado às minhas peças e sinto que cada uma é como se fosse uma obra de arte. Gosto de trabalhar em cima de cada bolsa pessoalmente, algumas demoram até 40 horas para ficarem prontas. Para mim, confeccioná-las é como uma terapia e é muito gratificante ver mulheres que colecionam bolsas de até US$ 50 mil ficarem enlouquecidas pelo meu trabalho.

Quais são suas principais influências e inspirações?

Vou sempre a museus, óperas e costumo viajar muito para renovar as energias e buscar inspiração. Tenho um estilo clássico e ao mesmo tempo vanguardista. Busco referências dos nos anos 1920, 1930, 1940 e 1950, porém sempre com um toque atual. Sou muito romântico e gosto de ver uma mulher bem vestida de maneira feminina. Também acontece de minhas clientes se tornarem minha fonte de inspiração; criei uma bolsa, chamada “Gigi Bag” em homenagem à uma cliente que possui mais de cinquenta bolsas minhas.

Como funciona seu processo de criação?

Primeiro, faço um desenho da bolsa, então crio toda a modelagem e determino o tamanho, combinação de materiais e cores. Costumo confeccioná-las duas a três vezes em tela e depois de tudo acertado discuto com o joalheiro quais metais devem ser colocados. Estes metais são feitos à mão e com exclusividade para as minhas peças, não compro nada pronto. Enfim, corto as peles e monto a bolsa final.

Onde você vende suas peças? Tem interesse em abrir uma loja no Brasil?

Quando me mudei para Chicago em 2005, abri um estúdio onde eu atendia as clientes somente com horário marcado. No ano passado abri minha primeira loja em um bairro de alto padrão, o Gold Coast, e lá vendo peças feitas com exclusividade. Em breve abrirei uma loja em Miami e tenho muito interesse em levar meu trabalho às brasileiras, acredito que o mercado de artigos de luxo no país seja muito intenso.

Fonte: UOL Estilo por JULIA GUGLIELMETTI  14/07/2011
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